domingo, 11 de janeiro de 2009

Gerir a confiança

«Em quem pomos a nossa confiança? Antigamente, para confiar em alguém bastava a "palavra", acompanhada da linguagem do olhar...

Outrora, nas relações interpessoais, a "palavra", o olhar, um aperto de mão eram os sinais evidentes e necessários para demonstrar que estávamos a dar a outra pessoa a nossa plena confiança.
A palavra tinha a força da sinceridade.
Os olhos deixavam transparecer as boas intenções que brotavam do coração e o aperto de mão carimbava a autenticidade de sermos pessoas coerentes com o dizer e o fazer.
Estas três componentes tornavam-se porta de entrada para "o outro" na minha vida e o terreno propício para experimentar e desenvolver a confiança comigo mesmo e com as outras pessoas.
Há bastante tempo, comecei a perceber que o mundo em que vivemos não está a criar ou a proporcionar o terreno necessário para crescermos na virtude da confiança. É urgente e imperioso confiarmos em alguém e sentir que somos pessoas confiáveis. Facilmente damos conta que passamos a vida desconfiados e desconfiando de tudo e de todos.
Enganamo-nos, se partimos da certeza de que já conhecemos tudo o que se refere a nós próprios. A prova disso é que vivemos a vida tentando dar respostas aos nossos problemas e acontecimentos sem nos perguntarmos a causa ou origem deles.
Isso faz de muita gente pessoas superficiais, que só se interessam em dar respostas imediatas aos "efeitos" provocados por "causas" que têm a sua origem em nós, mas que desconhecemos.
Hoje, vendem-se soluções imediatas, mas lamentavelmente passageiras.
A verdadeira confiança nasce de uma profunda experiência de autoconfiança. Se não confiamos nas nossas próprias capacidades, dons e potencialidades, seremos sempre inseguros de nós próprios. Por consequência, iremos projectar as nossas falhas nos outros...


Credibilidade - Cumpres o que prometes? Fazes o que dizes?

Coerência - Dizes o que pensas e sentes, sem querer agradar à outra parte? Tens convicções sobres as tuas ideias sem as mudares a cada instante?

Compreensão - Convives com os sentimentos, valores e prioridades diversas das tuas? Não criticas ou não te impacientas com os outros?

Clareza - Não escondes o jogo; nem procuras só o benefício próprio? És aberto e transparente no teu discurso e proceder?»


In Fátima Missionária, texto de Luís Maurício



Gostei do artigo e decidi partilhar... :) Faz sempre bem pensarmos um bocadinho... Não acham?

sábado, 10 de janeiro de 2009

Passo a Passo...



É urgente inventar
novos atalhos
acender novos archotes
e descobrir novos horizontes.

É urgente quebrar o silêncio
abrir fendas ao tempo
e, passo a passo,
habitar outras noites
coalhadas de pirilampos.

É urgente partir
sem medo
e sem demora
para onde nascem sonhos
e buscar novas artes
de esculpir a vida.


Armando Artur